Why data is not enough: Digital traces as control of self and self-control
Como uma alternativa à objetividade e evidência aparentemente naturais dos “dados”, este documento baseia-se na literatura francófona recente desenvolvendo uma conceituação crítica de “traços digitais”. O destaque da materialidade e da discursividade dos traços nos permite entender e articular tanto a implicações técnicas e sociopolíticas da tecnologia digital. As filosofias de Gilbert Simondon e Michel Foucault dão fortes bases ontológicas e epistemológicas para interpretar as relações entre tecnologia e processos de subjetivação. Sob essa luz, traços digitais são enquadrados como objetos e produtos de intervenções heterônomas, cujas lógicas podem ser rastreadas através dos programas e algoritmos implantados. Por meio dos exemplos empíricos de “Policiamento Preditivo” e “Eu Quantificado”, traços digitais são contrastados com as premissas e sonhos do Big Data. Enquanto o último afirma que algoritmicamente correlativo, prever e antecipar o futuro, reduzindo-o a um "o que é-para-vir", o paradigma traço digital oferece uma nova perspectiva sobre como formas de auto-controle e controle do self são interdependentes facetas da “governamentalidade algorítmica”.